"Mitos e Inverdades" leiteiras
- Diogo Chiquelho
- 22 de jan. de 2018
- 2 min de leitura
Estudos informam que o consumo de leite teve uma queda de cerca de 17%, desde o ano de 2016, no nosso país. “Mitos e inverdades” é o que a Federação Nacional de Cooperativas de Produtores de Leite, mais especificamente o seu presidente Manuel dos Santos Gomes, usa como argumento justificativo para este acontecimento. A minha atitude, ao ler isto, passa pela paródia. Provavelmente não deveria, mas passou no momento.
A minha resposta a isto passa por uma reflexão ligeira, não recorrendo a dados ou nutrientes ou números sobre os índices nutricionais do leite, pois esses já devem ser conhecidos e a sua atuação no corpo humano já é mais do que experienciada, ou seja “falam por si”.
O que é o leite no entendimento do leitor? Ou melhor perguntando: como definiria, o leitor, o conceito de leite, mais propriamente, aquele leite que nós consumimos em maioria, ou seja o leite de vaca? A minha definição é que leite é um fluído gerado naturalmente pela mãe vaca para alimentar, nos seus primeiros tempos de vida, e reforçar os níveis nutricionais do seu bezerro. E agora o leite materno, ou melhor o leite materno humano? Retire o leitor a palavra “vaca” e altere a palavra “bezerro” para “filho” da definição ainda agora apresentada e obtém a definição para este último conceito. Isto tudo para quê? Pelo seguinte: o leite que uma vaca gera é para, como a definição indica, alimentar o seu filho nos seus primeiros tempos de vida e destinado para este, ou seja o fim é alimentar este ser. Da mesma forma que o leite que a nossa mãe gera, e nos alimenta, assim serve até determinado ponto da nossa vida, parando entretanto o seu consumo por se tornar desnecessário. Se o bezerro interrompe o consumo do leite, que é gerado naturalmente para ele, por ser desnecessário então fará algum sentido que nós, humanos, que paramos o consumo daquele que naturalmente é gerado para nós, vamos consumir o do bezerro? Parece um pouco estranho. É verdade que os índices nutricionais, a vários níveis, do leite são imensos mas o que é imenso é em exagero e o que é imenso são nutrientes bons como também maus.
Para não falar da indústria de leite. Temos “a sorte” de que, no nosso país, as vacas, algumas pelo menos, não são levadas para indústrias de tortura e os seus produtores mantêm-nas ao ar livre não estimulando, pelo menos brutalmente, de forma artificial a produção de leite e retirando-o de formas dolorosas. Contudo, essa é a maior realidade pelo mundo inteiro, o que não surpreende vindo do Homem, e a indústria leiteira é mais uma de tortura animal.
Questiono agora: são estes dados, estas afirmações, “mitos e inverdades”? São os dados e índices apresentados pelos nutricionistas “mitos e inverdades”?
Está isto tudo também coligado à afirmação de que estes “mitos e inverdades” estão em função de “interesses comerciais” ou isto foi a verdade a ser dita mas com direções diferentes? É que, para mim, os “mitos e inverdades” são praticados por quem afirmou que há uma campanha de “mitos e inverdades” e em prol de “interesses comerciais” de quem realmente tem “interesses comerciais”.

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